Abandono Animais
Pedro Ferreira
O perigo está em cada curva para mais de 8 mil pacientes que diariamente percorrem as estradas de Minas em busca de tratamento médico especializado em outros municípios. Os pacientes enfrentam todo tipo de risco e, nessa busca por saúde, muitos acabam perdendo a vida na rodovia. Somente este ano, pelo menos 25 doentes morreram e mais de 40 ficaram feridos, segundo levantamento do Estado de Minas com base em acidentes, uma vez que não existe estatística específica sobre desastres com veículos que transportam doentes.
Desde 2005, o governo de Minas já distribuiu 626 micro- ônibus para 48 consórcios municipais de saúde, sem contar as ambulâncias, vans e carros das prefeituras que levam doentes para outras cidades, o que aumenta o número de pessoas expostas ao perigo. No ano passado, apenas os micro-ônibus dos consórcios deram mais de 110 mil viagens.
Alguns pacientes chegam a viajar mais de 800 quilômetros em um único dia para tratamento, saem de casa geralmente no início da madrugada e retornam no fim da noite. Outros fazem o percurso até cinco vezes por semana, sobretudo em tratamento de quimioterapia. O maior medo deles é de não voltar vivos para casa, pois a imprudência de motoristas, as péssimas condições das estradas, o cansaço e a pressa dos próprios condutores das vans são as principais causas dos acidentes. specialista em engenharia de tráfego, o professor Ronaldo Guimarães Gouvêa, da UFMG, acredita que a estrutura de hospitais do estado pode não estar adequadamente distribuída para minimizar essa necessidade de circulação. “Mobilidade não significa só melhorar as condições de circulação, mas diminuir as demandas por circulação”, disse.