Abadabadu
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AULA 6: Teoria dos conflitosRemo Entelman estudou os antecedentes da teoria do conflito. “O conceito de conflito”, diz ele, “aparece no discurso político-social há cerca de uns 500 anos antes de Cristo. Se desenvolve através do tempo em pensadores que trabalham com uma ampla gama de disciplinas. Nos mais afastados pontos do planeta e da História (Kautylia, na Índia, Al Ramein Ibn Kaldum – pensador árabe do século XIII; Heráclito, Maquiavel) e nos últimos dois séculos [o autor se refere aos Séculos XVIII e XIX], a partir de vários economistas”.
Entelman acrescenta: “Por seu lado, as ideologias fizeram do conflito seu objeto em dois grandes ramos do que hoje se chama ideologia do conflito: o marxismo por um lado, e o darwinismo pelo outro.”
Para esta teoria, o conflito traz, a princípio, a posição inabalável da intransigência, acompanhada inicialmente de um não desvendável (ou oculto) interesse real das partes nele envolvidas. Incumbe ao mediador tentar realizar a sua descoberta. Segundo este autor, não existe uma teoria do conflito que seja, realmente, um pensamento novo e sistemático. O que há é uma generalização de conhecimentos que formularam outros para descrever pressupostos concretos sobre este tema. Para conhecer mais, leia: ENTELMAN, R. Teoria de conflictos. Hacia um nuevo paradigma. Barcelona: Gedisa Editorial, 2005. Não há referência nacional sobre este assunto, porque o mesmo ainda é recente para nós.
Para você, que inicia o seu aprendizado sobre mediação, a idéia de que o conflito é um fenômeno inerente às relações humanas é muito importante, e você verá o porquê no decorrer desta aula. O mediador trabalha com o conflito, e sem essa compreensão sobre ele, a nossa tendência é demonizá-lo ou negar que ele existe.
Para o senso-comum, o conflito é, por natureza, sinônimo de luta, de briga.
Atenção:
Quando isso acontece (a demonização), não encaramos o conflito com responsabilidade, e a tendência é que ele se converta em confronto e violência,