aarroz para barro com panela pobre3acuçar
383 palavras
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Texto I - Retrato falado do BrasilSérgio Abranches
Comecei a aula com uma pergunta: "O que diferencia a questão social no Brasil e nos EUA?". Silêncio geral. Imaginei que os alunos não tivessem lido o capítulo. Afirmaram que sim. Foi só então que eu, imaturo, sem o olhar treinado para capturar atitudes e comportamentos em pequenos gestos, percebi o constrangimento da turma. O sinal, característico, que retive como lição das formas sutis do preconceito era o olhar coletivo de soslaio para o único negro na sala. Dirigi-me a ele e denunciei: "Seus colegas estão constrangidos em falar de racismo na sua frente". Esta cena se repete toda vez que falo em público sobre a desigualdade racial no Brasil e há aquela pessoa negra, solitária, na platéia. Recentemente, numa palestra para gerentes de um banco, havia uma jovem gerente negra. Uma das raras mulheres e a única pessoa negra. Enfrentou duas correntes discriminatórias para estar ali: ser negra e ser mulher. Os colegas se sentiam desconfortáveis porque eu falava do "problema dela". "Ela" não tinha problema, claro. Era uma pessoa natural, do gênero feminino e negra. Nascemos assim. O problema é os outros não quererem ver a discriminação. Essa inversão típica é que caracteriza a questão racial no Brasil. É como se os negros tivessem um problema de cor, e não a sociedade o problema do preconceito.
(ABRANCHES, Sérgio. Retrato falado do Brasil. Veja, São Paulo, ano 36, n. 46, p. 27, nov. 2003.Adaptação.). Fonte: SARESP/2004.
1) A sociedade não quer enxergar a discriminação racial por achar que:
A) esse problema pertence ao negro.
B) essa questão é idêntica nos EUA e no Brasil.
C) muitos gerentes de banco são homens negros.
D) a mulher negra tem oportunidades na carreira.
2) Em “Ela não tinha problema, claro". o termo destacado foi empregado para demonstrar o preconceito:
A) do autor do texto.
B) dos colegas da negra.
C) da gerente negra.
D) dos colegas negros.
03) Observe a citação