A9 Cap16 Maternidade segura
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16. Maternidade seguraLenice Gnocchi da Costa Reis
Neste capítulo, serão abordadas questões específicas dos serviços obstétricos. As maternidades são organizações de saúde singulares, pois cuidam, ao mesmo tempo, de duas pessoas que não apresentam necessariamente doença. A gestação e o parto são processos fisiológicos, e as intervenções devem ser cuidadosamente avaliadas em termos de risco e benefício tanto para mãe como para o filho.
A morte materna é o evento adverso (EA) mais grave que pode ocorrer, mas é evitável. Portanto, é necessário promover melhorias na qualidade e segurança do cuidado dos serviços obstétricos. Para isso, é fundamental conhecer o perfil dos eventos adversos dessas organizações, os fatores relacionados à prestação do cuidado que influenciam sua qualidade e segurança e as diferentes iniciativas que podem ser úteis para as mudanças necessárias.
A morte materna como problema a ser enfrentado em todo o mundo
A preocupação com a qualidade e a segurança da atenção ao parto não é nova. A morte materna já foi tema de romances, pois era uma situação bastante comum e aceita como vontade divina até o final do século XIX e início do século XX (Chamberlain 2006).
Muitos avanços já foram alcançados na área da saúde; no entanto, ainda hoje, deparamo-nos com a tragédia da morte materna que traz graves repercussões às famílias e ativa o ciclo da pobreza na sociedade. Nas organizações de saúde, gera angústia, conflitos e tensão entre os membros das equipes e pacientes. Pelo simples fato de engravidar, processo
Morte materna é definida, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), como a morte de uma mulher durante a gestação ou dentro do período de 42 dias após o término da gestação, independentemente da duração ou da localização da gravidez, em razão de qualquer causa relacionada com ou agravada pela gravidez ou por medidas que se referem a ela, porém não em virtude de causas acidentais ou incidentais (Organização Mundial da Saúde 1995, p. 143).
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