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Frederico Costa1
A educação se constitui num complexo essencial da reprodução social, pois sem ela a continuidade do mundo dos homens não pode se efetivar. A práxis educativa é uma mediação necessária entre gênero e indivíduo. É por meio dela que as características do gênero humano acumuladas historicamente são repassadas e assimiladas pelos indivíduos singulares, de acordo com as necessidades de seu contexto social e suas possibilidades pessoais. À medida que o ser social se desenvolve historicamente, se afastando cada vez mais das “barreiras naturais”, mais se enriquece com novas objetivações, o que torna cada vez mais complexas as mediações entre indivíduo singular e gênero humano.
O complexo da educação explicita-se no decorrer do desenvolvimento histórico acompanhando as necessidades da reprodução social. Do simples exemplo do aprendizado pelo espontâneo convívio social, típico das sociedades primitivas, o processo educacional evolui para a educação formal, a sistematização dos conteúdos, a definição de métodos e a reflexão teórica sobre a própria práxis educativa. A educação configura-se como condição para o processo de humanização do próprio homem, tanto no aspecto individual quanto genérico. Os indivíduos devem se apropriar de uma série de objetivações genéricas para se tornarem aptos a intervirem na práxis coletiva, ao mesmo tempo o desenvolvimento do gênero humano pressupõe indivíduos cada vez ricos em objetivações, que reproduzem e enriquecem o gênero humano com novas objetivações. Entretanto, esse caráter universal da educação apenas se efetiva no interior e através de uma formação social historicamente determinada e, sob esse aspecto, a práxis educativa é sempre uma atividade historicamente determinada.
Também sobre a educação recai a situação de toda práxis humana, ou seja, qualquer decisão que promove uma ação, e no caso da práxis educativa, de uma decisão que visa