893238 TEXTO SOBRE EQUIDADE
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Equidade de gênero nas empresas: por uma economia mais inteligente e por direitoA igualdade entre homens e mulheres não pode ser entendida apenas como boa prática, mas como produto de lei, de dever e de direito de todos.
Por Camila Morsch*
Há algumas décadas, esforços têm sido empreendidos para promover a equidade de gênero e a diversidade em vários espaços sociais, inclusive no mercado de trabalho.
Ainda, desigualdades que afetam muitos grupos, como mulheres, pessoas com deficiência e as populações negra e indígena precisam ser superadas. Grupos que são afetados por múltiplos tipos de discriminação, como mulheres negras, por exemplo, estão situados na base da pirâmide socioeconômica. No levantamento feito pelo Instituto Ethos, em 2010, sobre o Perfil Social, Racial e de Gênero das 500
Maiores Empresas do Brasil, foram encontradas apenas seis mulheres negras no quadro executivo. Números assustadores como este são ferramentas importantes para entendermos que as iniquidades de gênero, especialmente esse tipo de iniquidade interseccional, estão longe de ser resolvidas e que o simples fato de ser mulher, ou mulher negra, ou mulher indígena, tem um impacto enorme no nosso trabalho e nas nossas vidas.
Recentemente, tem-se usado argumentos de economia inteligente para demonstrar o valor agregado das práticas de inclusão de mulheres no resultado e atuação das empresas. Esses argumentos são importantes e ajudam a construir uma agenda mais propositiva, de investimento nas políticas e práticas para equidade de gênero. Neste aspecto, destacam-se os estudos que demonstram como o melhor aproveitamento das mulheres promove, por exemplo, maior capacidade da empresa de entender suas consumidoras, gerir seu pessoal e aproveitar talentos que antes eram invisíveis aos recrutadores. Ao mesmo tempo em que argumentos de economia inteligente são compreendidos pelas empresas, corremos o risco de esvaziar o movimento de defesa pelos direitos das mulheres, que aponta a necessidade da