778854 MAQUIAVEL

MAQUIAVEL ( 1469 – 1527)

Nascido em Florença, foi um homem político, estreitamente mesclado aos assuntos da república de Florença e não apenas um teórico da política. A queda da república de Florença e a volta dos Médicis (1512), lançam-no na prisão, depois o forçam à retirada. È deste último período de sua vida que datam suas grandes obras.

Moral e Política
Desejar-se-ia que as pessoas individuais, as sociedades políticas e aqueles que têm seu encargo sejam submetidos à lei mora; e suas ações julgadas segundo as mesmas regras. Desejar-se-ia que um bom princípio seja um princípio virtuoso e que os tratados concluídos entre os Estados se cumpram pela mesma fidelidade dos seus signatários às suas promessas, como a que obriga os indivíduos a respeitar seus compromissos. ´Desejar-se-ia, numa palavra, que a política seja moral. É conhecer muito mal a política, ou antes, é recusar reconhecer a especificidade de sua natureza.
Ora, é preciso saber, que sendo o encargo do Príncipe manter o Estado na sua potencia, na sua independência, no seu prestígio, os meios próprios para atingir esse fim não são sempre conforme ao que a moral exige. Quando se trata de exercer o ofício de Príncipe, há casos em que é preciso “agir contra sua palavra, contra a caridade, contra a humanidade, contra a religião”. A falta política seria então ser caridoso e manter suas promessas; na falta de uma inflexibilidade inumana, exigida por uma situação perigosa, poder-se-ia abater sobre o Estado uma catástrofe que correria o risco de custar infinitamente mais sangue que o príncipe seria eventualmente obrigado a versar para conjurá-la. Eis o essencial da análise política de Maquiavel. Eis o essencial do maquiavelismo. Esse termo veicula infelizmente contra-sensos, que uma leitura atenta desse trecho da obra “O Príncipe” permite reparar. Maquiavel não convida absolutamente os Príncipes à imoralidade constante e sistemática. Não considera também no Príncipe a pessoa privada, que está submetida, como