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2380 palavras 10 páginas
O preço em controlar a inflação
Semí Cavalcante de Oliveira

Introdução
O Brasil é um campeão em excentricidades, há coisas que só acontecem ou que só tem aqui, e são extremamente complicadas para explicar aos estrangeiros. Como explicar a jabuticaba a um estrangeiro?
Ou como dizer a este mesmo visitante que nosso país acumulou em 15 anos, 3,7 trilhões por cento de inflação. E que nossa economia rodou em círculos inflacionários, transformando nossa terra e seu povo em uma gigantesca fábrica experimental de teorias, teses e fantasias.
Este artigo pretende abordar um viés histórico e econômico das especificidades da economia brasileira e dos respectivos planos de estabilização que assumiram a árdua tarefa de tentar conter a inércia inflacionária que assolou o país de 1980 até a implantação do Plano Real. Antes, porém, o texto evidencia uma retrospectiva histórica de incursões malfadadas, que só trouxeram desastres econômicos e carga social para a população menos favorecidas.

O controle dos preços ao longo da história
Em 40 séculos de experiência humana, nunca houve, segundo pesquisas, um único caso em que o controle de preços tenha detido, ou sequer entravado por muito tempo, as forças inflacionárias. Pelo contrário, em cada exemplo encontrado, ele desestimulou a produção, criou déficits públicos e agravou os próprios males que deveria conter. Os controles dos preços que pesaram sobre a economia brasileira no período de 1980 a 1994, não diferiram materialmente dos que fracassaram através da história.
Há quatro mil anos aproximadamente, o Código de Hamurábi impôs um rígido sistema de controle de salários, preços, produção e consumo, abrangendo toda a economia da Babilônia, asfixiando-a completamente.
Em Atenas, no século IV a.C., o governo submeteu o comércio de cereais a um rigoroso sistema de controle de preços e enviou para o porto um pequeno exército de inspetores para fiscalizarem todas as transações (embrião dos fiscais do Sarney?). Se sob o olhar vigilante

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