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No Brasil, muito se esperou da democracia, mas os avanços que advieram daí foram poucos. O direito de voto direto e liberdade na expressão política não trouxeram consigo a segurança, o desenvolvimento, o emprego, a justiça social. “O exercício do voto” ,nos diz o historiador, “ não garante a existência de governos atentos aos problemas básicos da população”, do que podemos entender que não há, necessariamente, um atrelamento das três dimensões do direito- o direito político ,o direito civil e o direito social- e, portanto, pode-se haver cidadãos plenos, como também, cidadãos incompletos ou não-cidadãos.

Se pudermos compreender assim a cidadania como exercício pleno dos direitos políticos, sociais e civis, poderíamos traduzi-lo nas lutas e conquistas dos cidadãos frente ao Estado no que diz respeito à concessão das garantias individuais de vida, liberdade,segurança ,trabalho, saúde, justiça , e na prática efetiva e consciente dessas conquistas. É na análise histórica dessas conquistas no Brasil que José Murilo de Carvalho irá se deter nesta obra, fundamentando sua tese de que historicamente tem-se gerado no país uma cidadania inconclusa.

Os estudos de T. A. Marshall sobre a conquista dos direitos na Inglaterra mostram que lá, os direitos políticos foram conquistados após a exaustão do exercício dos direitos civis. Os direitos sociais tardaram um pouco mais, sendo conquistados cem anos depois, através da participação política de operários no Partido Trabalhista. Trata-se, desta forma, não apenas de uma sucessão cronológica ,mas de uma sucessão lógica. Entretanto, a análise puramente cronológica do desenvolvimento da cidadania em comparação ao modelo inglês poderia nos levar a imaginar ,segundo adverte o autor, que a conquista e exercício de plenos direitos aqui no Brasil seria “uma questão de tempo”. Deve-se ressaltar, não obstante, que o tripé de direitos na Inglaterra foi desenvolvido a partir do exercício pleno de cada um dos direitos. Apenas

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