6 Meditações de decartes

1° Meditação: Das coisas que se podem colocar em dúvida
Descartes na introdução de sua primeira meditação afirma que esperou chegar a certa idade para que não possa ser questionado com o que pensa e escreve, que muitas opiniões que tomou como verdadeiras eram falsas. Quer destruir todas as opiniões que podem despertar dúvidas nele. Não confia nos sentidos por que algumas vezes já o enganou.
Argumento do sonho: Sou homem e, por conseguinte, que tenho o costume de dormir e de representar, em meus sonhos, as mesmas coias. Quantas vezes ocorreu-me sonhar, durante a noite, que estava neste lugar, que estava vestido, que estava junto ao fogo, embora estivesse inteiramente nu dentro de meu leito? Parece-me agora que não é com olhos adormecidos que contemplo este papel; que esta cabeça que eu mexo não está dormente; que é com desígnio propósito deliberado que estendo esta mão e que a sinto: o que ocorre no sono não parece ser tão claro nem tão distinto quanto tudo isso. Lembro-me de ter sido muitas vezes, enganado, quando dormia, por semelhantes ilusões. Não há quaisquer indícios concludentes, nem marcas assaz certas por onde se possa distinguir nitidamente a vigília do sono, e meu pasmo é tal que é quase capaz de me persuadir de que estou dormindo. Todavia, é preciso ao menos confessar que as coisas que nos são representadas durante o sono são como quadros e pinturas, que não podem ser formados senão à semelhança de algo real e verdadeiro. Pois, os pintores, mesmo quando se empenham em representar sereias e sátiros, por formas estranhas e extraordinárias, não lhes podem, todavia, atribuir novas formas e naturezas inteiramente novas, mas apenas fazem certa mistura e composição dos membros de diversos animais; sua obra nos represente uma coisa puramente fictícia e absolutamente falsa, certamente ao menos as cores com que eles compõem devem ser verdadeiras. Daí nós concluamos mal se dissermos que as ciências(humanas e biológicas) dependentes da consideração das coisas