589
Carla Wstane1,Daniela Campolina2,e Nirma Damas3 geógrafa funcionária da PUC Minas;2graduanda do curso de Ciências Biológicas pela UFMG;3redatora do Jornal
Caiçaras
1
INTRODUÇÃO
Para que seja compreendido e aceito, cada vez mais o paradigma ecológico, cuja proposta é a compreensão da realidade em suas inter-relações e não apenas pura soma de entidades individuais,
Junges (2004, p. 55) declara a emergência de um novo paradigma de percepção e compreensão da realidade. Para o autor “é necessário assumir uma racionalidade dialógica, bioempática e holística para acercar-se da realidade natural e social, e dessa maneira fazer frente aos desafios ambientais”. O desafio ambiental consiste, entre tantas outras coisas, em construir uma realidade que considere todos os tipos de vivências, em que um novo modelo de conhecimento pelo qual a razão aberta, crítica e criativa, livre de certezas insustentáveis, faz-se presente (LEFF,
2002).
Há, portanto, a necessidade de incluir, nessa perspectiva, a visão transdisciplinar e intersetorial necessária à compreensão dos problemas ambientais no que diz respeito ao planejamento de ações nesse âmbito. As propostas de planejamento advindas diretamente da administração pública, que buscam promover ações de melhoria nas condições ambientais ainda não absorvem integralmente a opinião e vivência da comunidade, reafirmado por
Hissa (2002, p. 251), quando menciona que
“planejadores tradicionais são incapazes de compreender as complexidades da trama”. Vê-se a necessidade de incluir, os saberes populares, as vivências da comunidade, para então construir conjuntamente uma proposta de planejamento.
Diante disso, o Núcleo Integrado Cascatinha, um grupo informal de pessoas (comunidade, poder público e universidades) tem como objetivo o envolvimento com a questão ambiental e o desenvolvimento de atividades relacionadas à melhoria da qualidade de vida no território da microbacia hidrográfica do