5134 13585 1 SM
12837 palavras
52 páginas
ISSN Eletrônico 2175-0491O direito à busca da felicidade: filosofia, biologia e cultura
The right to the pursuit of happiness: philosophy, biology and culture
El derecho a la búsqueda de la felicidad: filosofía, biología y cultura
Joyceane Bezerra de Menezes1
Rogério Parentoni Martins2
A esperança brota eterna do peito do homem
Ele nunca é, mas sempre espera ser feliz
A alma, inquieta, confinada em seu lar
Descansa e discorre sobre uma vida futura.
Alexander Pope (1733). Ensaio sobre o homem. In: Semmer, M. Por que as pessoas acreditam em coisas estranhas. Trad. Luis Reyes Gil. JSN Editora, 2011.
Ai de ti e de todos que levam a vida a querer inventar a máquina de fazer felicidade.
Fernando Pessoa (1913-1915). Poemas inconjuros. Obra poética. Volume único. Rio de
Janeiro: Editora Nova Aguilar S.A., p.231.
Resumo
A partir de contributos da filosofia, da biologia, da antropologia e da economia, este artigo traz uma reflexão sobre o direito à busca da felicidade. Embora haja uma multiplicidade de significados para o conceito felicidade, muitos dos quais inconciliáveis, ora tratando-a como virtude, ora como sensação de prazer, ora como promessa de recompensa futura, observou-se certa objetivação do conceito, no mundo ocidental, a partir do utilitarismo de Jeremy Bentham e da inclusão, por meio de Thomas Jefferson, do direito à busca da felicidade no texto da declaração da independência americana. Além das discussões sobre seus possíveis significados, a origem da felicidade também foi pauta de muitos estudos: a biologia apresentou uma explicação amparada no critério da predisposição genética, enquanto outros estudos enfocaram a importância da cultura para a conquista da felicidade. Independentemente das propensões criadas a partir de cada uma dessas disciplinas, a felicidade, na história recente, é utilizada como importante indicador para aferir o desenvolvimento econômico de uma nação, sendo qualificada pela
Organização das Nações Unidas, em resolução específica,