500 anos de ciclo econômico
500 anos de ciclos econômicos por Ana Claudia Ferrari
Da Agência Estado
A história econômica do Brasil é marcada por uma sucessão de ciclos, cada qual baseado na exploração de um único produto de exportação: nos séculos XVI e XVII a cana-de-açúcar; no século XVIII os metais preciosos (ouro e prata) e pedras (diamantes e esmeraldas); e no século XIX e início do século XX o café que começou a ser cultivado depois de uma série de expedições ao interior, e a borracha. Paralelamente, atividades agropecuárias em pequena escala foram desenvolvidas para o consumo local.
A primeira atividade econômica adotada pelos portugueses em terras brasileiras foi a exploração de pau-brasil, árvore então abundante na Mata Atlântica. Mas é o açúcar a base principal da colonização nos dois primeiros séculos, sobretudo no Nordeste. A agricultura canavieira se transforma no setor mais importante da economia colonial. O açúcar era exportado para a Europa, cuja demanda crescente começava a superar os suprimentos das fontes tradicionais.
A descoberta do ouro – a mais importante conseqüência das expedições que partiram de São Paulo para o interior, no final do século XVII – desencadeia profundas transformações. Por volta da metade do Século XVIII, a mineração está no auge do desenvolvimento, exportando entre 14 e 15 toneladas de ouro anuais.
O sucesso da mineração do ouro e diamantes, assim como o do plantio da cana-de-açúcar, foi seguido pela ascensão de uma fonte de riqueza ainda mais importante: o café. Em meados do Século XIX, o café ocupa as terras das antigas lavouras de cana de açúcar e de algodão e invade o oeste paulista. O ambiente favorável fez do Brasil o maior produtor de café do mundo.
Nas últimas décadas do Século XIX e na primeira do Século XX, a região amazônica transforma-se em cenário de um dos ciclos econômicos mais rápidos do Brasil, baseado na exploração da seringueira. Com a invenção do pneumático, em 1888, e a expansão