50 anos de midea no brasil

Nos últimos 50 anos, consolidou-se no Brasil uma moderna indústria da comunicação de massas, que é o principal veículo de informação e entretenimento de dezenas de milhões de pessoas. Além do impacto cumulativo a longo prazo sobre as representações de mundo de seus consumidores, a mídia foi importante de episódios de nossa história política. No entanto, as narrativas do período mal tocam nos meios de comunicação. O presente trabalho analisa esta ausência e discute porque historiadores e cientistas políticos ainda se sentem desconfortáveis com a influência política da mídia.
Tonou-se comum dizer que, em nossas sociedades, a mídia é quase onipresente por ela. Só nos últimos 30 anos, a humanidade produziu mais informações do que nos cinco milênios precedentes. O meio dominante, que em especial no presente momento é a televisão, transformou a vida cotidiana, incluindo aspectos tão básicos quanto a gestão do tempo e do espaço doméstico ou social. Dados relativos aos Estados Unidos dizem que, em média, cada adulto dedica quase seis horas e meia diárias de atenção à mídia, contra cerca de 14 minutos para a interação interpessoal familiar
No período de 1950 a 2000, o Brasil experimentou mudanças fundamentais, marcadas pela industrialização rápida, urbanização, inflação e uma sucessão de fatores políticos que conduziram o país a um regime de exceção que durou 21 anos (1964 a 1985) e de cujo período continua sofrendo influências principalmente devido ao modelo de desenvolvimento adotado e pelas leis promulgadas ainda em vigor e criação de agências reguladoras estabelecida.
Embora o modelo de desenvolvimento econômico estabelecido durante o Estado Novo tenha perdido sua força durante o governo de Juscelino Kubitschek( 1956-1961), ele foi revitalizado depois do Golpe de 1964, quando o Estado, novamente, voltou a investir maciçamente na economia brasileira. Thomas Skidmore relaciona o regime autoritário de 1964 com o do Estado Novo, argumentando que embora existam algumas