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A palavra consciência já na sua origem etimológica “cum” (com) “scientia” (ciência”) indica que ter consciência de algo é dar-se conta, isto é, saber o que se passa. No sentido psicológico, ter consciência é dar-se conta, apreender os nossos actos psíquicos internos, ter noção do que se passa connosco e à nossa volta. É o que acontece quando usamos expressões como tomar “consciência do que se está a fazer”. Quando não nos damos conta dos acontecimentos, dizemos que estávamos inconscientes (que não tínhamos consciência deles). O significado moral de consciência implica não apenas a faculdade de ter a noção das coisas, mas também de as julgar, avaliar e confrontar com os ideais e os valores que nos propomos atingir e que reconhecemos como obrigatórios, quando referimos expressões como “a minha consciência diz-me que…” ou “o apelo da consciência levou-me a fazer…” estamos a referirmo-nos a uma espécie específica de consciência que é a consciência moral. Trata-se já duma forma de consciência mais desenvolvida e aprofundada que se implanta sobre a consciência psicológica. Esta como que é uma mera espectadora que observa o que se passa, enquanto que a consciência moral, é não apenas espectadora, mas também um juiz que avalia e julga o valor das ações. É esta instância interior, a consciência moral, que obriga e sanciona, que se relaciona com obrigações de carácter impositivo do dever e também com o sentido de responsabilidade. Aplica-se aos actos morais que exigem a plena consciência dos motivos e dos fins da acção (bem como dos meios para realizar tais fins). É a consciência moral que faz o homem reconhecer-se como autor das suas próprias ações: antes de executar qualquer ato, o homem consciente pode ponderar se deve ou não fazê-lo e pode sempre voltar atrás e tomar outra decisão; ao executar uma ação tem o sentimento de que é ele próprio que está a agir e se a sua acção é boa ou má. E portanto após a realização da ação, o homem