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O Ciclo do Café
Autor: Prof. Marcelo Roque da Silva
A cultura do café foi iniciada no Brasil aplicando recursos tornados desempregados com o esgotamento das minas de ouro (ao final do Ciclo do Ouro, no final do século XVIII). Não havia outra atividade com a qual empregar os escravos e o capital antes utilizados na busca de ouro, então foi justamente nas regiões relacionadas ao ciclo econômico anterior que surgem as primeiras plantações de café. A estrutura da economia brasileira não foi alterada em decorrência da Independência: ela permaneceu baseada na monocultura latifundiária, voltada para a exportação à Europa, produzindo com mão-de-obra escrava.
Na produção de café, essa também foi a base econômica que nosso país utilizou.
Em seu início, o café começa a se espalhar pelo território brasileiro, chegando ao Rio de
Janeiro em meados do século XVIII, daí ruma para o Vale do Paraíba, mata mineira e Norte de São Paulo, e a partir daí a cultura passou a ser introduzida em todas as terras que apresentassem condições favoráveis, seja em substituição a florestas ou outras plantações. O aumento do consumo do café na Europa garantia uma demanda firme e incentivava a expansão das lavouras, que só conhecia duas restrições a essa altura, falta de mão-de-obra e os altos custos de transporte. Em 1830, o Brasil já havia desbancado o
Ceilão e Java, e tornara-se o maior produtor mundial, transformando o café no produto de exportação mais importante da América do Sul àquela altura.
Uma vez que as fazendas de café estavam localizadas em terreno muito irregular, antes das ferrovias, mulas eram o principal meio de transporte dos grãos até o porto, pois carroças não eram uma opção viável; então durante esse período as plantações não se distanciavam mais de 200 km dos portos. A partir do momento em que ferrovias começaram a ser instaladas, permitiu-se a expansão da lavoura, eliminando a restrição que antes havia, e as plantações atingiram as terras do Oeste