A escassez de água em Campinas e região já impacta negativamente em setores importantes da economia. A maior parte das indústrias teme um aumento de demissões que podem ocorrer em consequência da situação atual da crise hídrica. A produção também pode ser comprometida, pelo menos nas grandes indústrias da região. O alerta para esses problemas foi apresentado durante seminário promovido pelo Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp)-Campinas. O evento, que reuniu representantes dos municípios abastecidos pela água na região das bacias hidrográficas dos rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí (Comitês PCJ), apontou a real situação de escassez. Para José Nunes Filho, diretor-titular do Ciesp-Campinas, a falta de água pode comprometer as indústrias, principalmente as grande porte. “É claro na hora que precisar fazer o racionamento nós temos que estar devidamente preparados, o racionamento não mata ninguém”. Mas, Nunes faz uma alerta: “Na falta da água, nós vamos ter uma situação de paralização, provavelmente no momento já está se prolongando o emprego, vamos ter uma situação de desabastecimento, aumento de preço dos produtos finais, mas coisas mais graves como, exemplo, uma refinaria de Paulínia, uma Replan, sem água, como ela vai fazer para controlar um incêndio, numa indústria petrolífera?”, questiona. Nesse sentido, Nunes defende que uma indústria que não está conseguindo captar água dos rios, deva ter uma autorização de outorga para suprir essa diferença a partir de outras fontes, como poços profundos, para garantir a segurança na produção.