3ª fase da Geração moderna
O Conto de Guimarães Rosa, da obra ‘’ Primeiras estórias’’, relata a história de uma família que vivenciou algo inusitado: O Pai decidiu se isolar de todos, ficando dentro de uma canoa no rio; ele não ia embora, mas também não queria voltar para casa; não pisou em terra firme, e assim, desse modo, foi sua vida por anos e anos; sua filha casou-se, teve filho e nada do pai querer vê-lo; todos procuraram uma resposta por tamanho estado de ‘’loucura’’ porém não se achava. Certa vez, depois de muito tempo, todos vão embora daquele lugar, exceto o filho, que ao final do conto fala para o pai que almeja ficar em seu lugar, e este atende ao chamado, porém, o filho com muito medo, vai embora e sente-se culpado e fracassado pelo resto da vida.
Desde o início do conto, percebe-se a inversão de papéis na sociedade, a saber, a mãe era quem ‘’regia’’ a família ao invés do pai: ‘’Nossa mãe era quem regia, e que ralhava no diário com a gente — minha irmã, meu irmão e eu’’. O Pai sempre foi muito quieto, e de repente decide-se isolar de todos. Esta atitude foi tida como ‘’loucura’’ porém o que o pai buscava era entender o desconhecido dentro de si mesmo, procurar entender os mistérios de sua alma; ele desafiou, portanto, todos os padrões da sociedade para entrar em um mundo além do real, voltando-se para si. Na sua visão, só se consegue buscar respostas quando se desenvolve a prática do isolamento, que dá voz ao silêncio e deixa apenas o interior transmitir mensagens. Percebe-se, portanto que esta ‘’busca’’ por respostas nunca chegou, pois o pai passou o resto de sua vida naquela canoa tentando desvendar os mistérios concernentes à sua alma.
O tempo foi se passando, os filhos ficaram velhos, e a mãe, mais velha ainda. Foram se acostumando com a ‘’ideia’’ até decidirem ir embora daquele lugar. Quando o Pai decidiu fazer essa ‘’loucura’’ o filho almejou ir com este, porém não o quis, ao passar dos anos, com tantas tentativas vãs de fazer o pai voltar