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Lívio Galeno
Universidade Federal do Piauí - UFPI
Resumo
Sociedades sucumbiram aos mistérios da morte. Entretanto, o diretor de cinema norteamericano Tim Burton prefere usá-la como ponto de partida para criar. Em seus filmes recentes pode-se perceber uma caracterização diferenciada para os “mistérios além do caixão”. Na animação “A Noiva Cadáver”, de 2005, o mundo dos mortos é mais alegre, colorido e tolerante que o mundo dos vivos. Sua entrada fica num bar aonde cada recém-chegado é festejado e ganha uma nova chance de... “vida”. Peculiaridades como estas motivam uma pesquisa, baseada na Análise do Discurso, onde serão analisadas seqüências discursivas retiradas das falas dos personagens em cenas cruciais para trama, onde haja tensões entre os conceitos de vida e morte. Este trabalho se motiva para determinar as impressões sobre a morte que passaram pela cabeça de Tim Burton e ficaram registradas nos 125 minutos do título citado.
Introdução
Um conto russo-judaico inspirou o americano Timothy William Burton a rodar o filme “A Noiva Cadáver”. No título, Victor é um jovem burguês (filho de vendedores de peixe que tentar a qualquer custo entrar para a alta sociedade inglesa) que se ver obrigado a se casar com Victoria (filha de uma tradicional família que se encontra falida) sem mesmo conheça-la. O primeiro encontro é algo mágico e os jovens se apaixonam a primeira vista. Entretanto, as trapalhadas de Victor o conduzem a uma situação inusitada. Em questão de horas eles, se ver casado com o cadáver de Emile
(uma misteriosa mulher que morreu por acreditar em um amor) e que apresenta a Victor uma nova concepção da morte que até então era desconhecida por ele.
A história que dá origem ao filme é datada do século XIX e está ambientada numa fictícia Inglaterra da era vitoriana. Filmado em Londres, possui as vozes de
Johnny Depp como “Victor Van Dort”, Helena Bonham Carter como “a Noiva
Cadáver” e Emily Watson como