3 A BACIA DO PARANÁ E O VULCANISMO MESOZÓICO
Fernando Flávio Marques de Almeida e Mário Sérgio de Melo
4.1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS
A maior parte do estado de São Paulo acha-se incluída na Bacia do Paraná, uma unidade tectônica estabelecida sobre a Plataforma Sul-Americana a partir do Devoniano Inferior, senão mesmo do Siluriano. A persistente subsidência dessa bacia, embora com caráter oscilatório, permitiu a acumulação de grande espessura de sedimentos, lavas basálticas e sills de diabásio. Na região mais profunda da bacia, até a qual se estende o extremo oeste do estado de São Paulo (Pontal do Paranapanema), a espessura total desses depósitos pode ultrapassar 5.000 metros.
4.2 ESTRATIGRAFIA
4.2.1 Grupo Paraná
No devoriano Inferior a área em que viria a se desenvolver a Bacia do Paraná achava-se arrasada pela erosão, e foi sobre essa superficie que transgrediu o mar, provindo possivelmente do domínio andino. A sedimentação devoriana na bacia representa um ciclo tectônico sedimentar completo, com transgressão marinha realizada a partir do Devoriano inferios e regressão no Devoriano Superior.
4.2.1.1 Formação Furnas
A faixa de afloramento da Formação Furnas do Paraná estende-se a São Paulo. Suas melhores exposições acham-se no canyon do rio Itararé nas escarpas terminais do planalto sedimentar, entre o vale desse rio e a região de Iatapeva, onde sua borda, acunhada pela erosão, desaparece sobre o Grupo Tubarão.
4.2.2 Grupo Tubarão
A classificação e nomenclatura das camadas que integram o Grupo Tubarão na Bacia do Paraná constitui assunto ainda hoje muito controvertido. Em São Paulo, como no restante da bacia, o grupo contém os testemunhos da glaciação permocarbonífera, de ingressões marinhas, restos das floras rhacopteris e Glossopteris e camadas de carvão. Os paleoambientes a que correspondem esses depósitos muito variaram vertical e horizontalmente, tornando a subdivisão do grupo muito difícil, quando se procura aplicá-la a