3 GERA O ROM NTICA POESIA SOCIAL
Na Europa, o contexto histórico do Romantismo é a Revolução Francesa e a Revolução Industrial, que marcam o fim do Absolutismo.
As palavras de Vitor Hugo, o maior escritor do Romantismo francês, resumem bem a ideologia romântica:
“A liberdade literária é filha da liberdade política. Eis-nos libertos da velha forma social; e como não nos libertaríamos da velha forma poética? A um novo povo, uma nova arte.”
Como podemos ver, o Romantismo tem duas facetas: uma que se volta para o indivíduo, com seus dilemas e conflitos existenciais, e outra que se volta para a sociedade, com suas injustiças e desejos de mudança.
Porém, no Brasil, essa faceta social do Romantismo só vai se manifestar na terceira fase do movimento.
3ª GERAÇÃO ROMÂNTICA - POESIA SOCIAL
Na terceira fase do movimento romântico, o Brasil se encontra em um contexto social e histórico. É o momento em que os republicanos querem acabar com a monarquia e o movimento abolicionista ganha força entre os intelectuais. Por isso, a terceira fase do Romantismo também é conhecida como geração condoreira, pois o condor é uma ave que, voando muito alto, representa o desejo de renovação da sociedade brasileira.
Na verdade, a terceira geração romântica questiona a ideologia da primeira geração. É que os escritores da primeira fase do nosso Romantismo, como José de Alencar, representam o povo brasileiro como resultado da união de duas etnias: o branco europeu e o índio, mas deixa o negro de fora desse projeto nacionalista-literário. Afinal, numa sociedade escravocrata, transformar o negro em herói seria uma grande contradição.
Logo, podemos pensar que a terceira geração, ao recuperar o negro como personagem da nossa cultura, possibilita uma resposta a essa lacuna.
CASTRO ALVES (1847 -1871)
O maior representante da terceira geração do Romantismo no Brasil é o poeta baiano Castro Alves, diretamente envolvido na campanha abolicionista, um dos temas centrais de sua obra, o que lhe rendeu o título de “Poeta