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No texto abaixo o físico Fritjof Capra mostra que sustentabilidade é a conseqüência de um complexo padrão de organização que apresenta cinco características básicas: interdependência, reciclagem, parceira, flexibilidade e diversidade. Ele sugere que, se estas características, encontradas em ecossistemas, forem “aplicadas“ às sociedades humanas, essas sociedades também poderão alcançar a sustentabilidade. Portanto, segundo a visão de Capra, sustentável não se refere apenas ao tipo de interação humana com o mundo que preserva ou conserva o meio ambiente para não comprometer os recursos naturais das gerações futuras, ou que visa unicamente a manutenção prolongada de entes ou processos econômicos, sociais, culturais, políticos, institucionais ou físico-territoriais, mas uma função complexa, que combina de uma maneira particular cinco variáveis de estado relacionadas às características acima. O texto – adaptado por Augusto de Franco para a revista Século XXI (número 3, setembro de 1999) do Instituto de Política - foi tirado, com autorização dos editores brasileiros, do epílogo do livro “A Teia da Vida: uma nova compreensão dos sistemas vivos” (Cultrix - Amana-Key, São Paulo, 1997) intitulado “Alfabetização Ecológica”.
[INTRODUÇÃO]
1. “Reconectar-se com a teia da vida significa construir, nutrir e educar comunidades sustentáveis, nas quais podemos satisfazer nossas aspirações e nossas necessidades sem diminuir as chances das gerações futuras. Para realizar essa tarefa, podemos aprender valiosas lições extraídas do estudo de ecossistemas, que são comunidades sustentáveis de plantas, de animais e de microorganismos. Para compreeder essas lições, precisamos aprender os princípios básicos da ecologia.. Precisamos nos tornar, por assim dizer, ecologicamente alfabetizados (Bateson, Gregory. “Mind and Nature: A Necessary Unity”, Dutton, Nova York, 1979). Ser ecologicamente alfabetizado, ou “eco-alfabetizado”, significa entender os princípios de