25 de Abril de 1974

A revolução, não no sentido de alterar apenas de um simples regime que não converge apenas numa nova política e numa nova nação liberal, mas numa alteração de pensamento, mentalidade, de conceito social e económico, pois, tendo como referência o que existia antes do 25 de Abril, sentimos que não foi apenas uma “saída à rua” dos capitães e dos portugueses revoltados, a gritar pela liberdade que, evidentemente, na altura não existia, mas também numa nova vida, numa construção de um “homem novo”, também por este cronista referenciado. Este “Homem Novo” não teria apenas uma liberdade de pensamento, de opinião, de decisão democrática, mas também trazia uma nova mentalidade, uma nova construção social que permitisse uma sustentabilidade e crescimento a longo prazo de uma nova sociedade e de um novo país.
É claro que essa mudança de mentalidades é algo que não acontece a partir de uma “senha política” como “e depois do Adeus”. É necessário muito mais que isso. Em mais de 30 anos de uma Revolução dos Cravos, a nossa sociedade ainda vive, em alguns locais do país, à procura desses mesmos “Capitães” e desses “Ideais”. Acredita-se que ainda existem pessoas que têm a “fé” de viverem ainda num regime pré 25 de Abril de 1974, o qual não podiam falar sobre diversos temas, nem se exporem. É aí que a mudança de mentalidades começa e que a própria revolução começa. É nesses pontos que deveremos lutar por essa revolução.
O acesso à informação deverá então, nesse sentido, ser um bem adquirido e certo, o qual todas as pessoas de todas as faixas etárias, classes sociais e etnias, devem ter direito, para essa mudança de mentalidades. Tal como antes da Revolução, não podemos olhar para as alterações feitas apenas na classe política. Houve sem dúvida grandes mudanças que permitiram então essas alterações de mentalidade. Temos que ter em conta que as condições sociais antes do 25 de Abril eram injustas, incorrectas, sem a possibilidade de contestação social, mas a nível económico