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TRABALHO É BENÇÃO E MALDIÇÃO
Na Bíblia, trabalho é ao mesmo tempo maldição e bênção. A contradição começa no primeiro de seus livros, Gênesis, quando Eva, induzida pela serpente, come o fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal, proibido por Deus, e convence Adão a fazer o mesmo. O Senhor, imediatamente, pune os três, dizendo a Adão o seguinte: “Maldita é a terra por tua causa. Em fadiga obterás dela o teu sustento durante os dias da tua vida” (3; 17). “No suor do teu rosto, comerás o teu pão” (3; 19). Até então, o homem desfrutava de ociosidade total, era um parasita, tinha tudo sem nada produzir. Sua única obrigação era dar nome aos animais.

A palavra contrária está nos Evangelhos, onde Jesus se mostra um adepto intransigente do trabalho, recomendando-o como a bênção que realmente é, porque “digno é o trabalhador do seu salário” (Lucas, 10; 7). Ele vai mais além, citando: “Meu Pai trabalha até hoje e eu trabalho também” (João, 5; 17). O Nazareno tinha nas mãos os calos do martelo e do serrote, pois era carpinteiro, ofício que aprendera com seu pai José, conforme está em Mateus, 6;3: “Não é este o carpinteiro, filho de Maria, irmão de Tiago, José, Judas e Simão e não vivem aqui entre nós suas irmãs?”

Sobre o trabalho divino, a ciência acredita atualmente que o Universo surgiu há 15 bilhões de anos, com a grande explosão de energia, o Big-Bang. Há 10 bilhões de anos, começavam a se formar os sistemas solares e, há cinco bilhões de anos, surgiu o Sol, em volta do qual desenvolveu-se a Terra, há 4,5 bilhões de anos. Se naquela época o Criador trabalhava intensamente, faz o mesmo ainda hoje, mantendo todos os seres e todas as coisas funcionando no rigor absoluto de leis perfeitas e infalíveis.

Outro contrassenso é Deus impedir a Adão o saber, mantendo-o totalmente ignorante, impedido de comer o fruto da árvore do conhecimento.

A única coisa que realmente diferencia o homem dos animais é o pensamento. Sem