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Depois da revolução russa no ano de 1917 , a revolução chinesa de 1949 foi o segundo acontecimento mais importante da história. Levou à expropriação dos latifundiários e à abolição do capitalismo, acabando com o domínio imperialista em enorme zona do globo.
Contudo, enquanto a revolução russa levou à formação de um Estado operário relativamente são, estabelecido pela classe trabalhadora sob a direção do Partido Bolchevique - um partido revolucionário com uma perspectiva internacionalista -, a revolução chinesa de 1949 levou à criação imediata de um Estado operário deformado estalinista.
As condições mais elementares da democracia operária estavam ausentes desde o início. Não havia sovíetes, nem controle operário, nem verdadeiros sindicatos independentes do Estado, nem uma autêntica direção marxista. Isto aconteceu porque a revolução foi levada a termo sob a direção dos estalinistas à frente de um exército camponês e não se baseou na classe trabalhadora urbana. O exército camponês é o instrumento clássico do domínio bonapartista. Mao, baseando-se neste exército camponês, manobrou entre as classes de uma maneira bonapartista, utilizando o Exército Vermelho como um aríete, primeiro contra os latifundiários e, depois, contra os capitalistas.
A vitória da revolução chinesa foi possível devido a uma série de condições objetivas peculiares. Em primeiro lugar, a razão principal da China ter adotado essa forma foi a incapacidade de intervenção do imperialismo estadunidense. O segundo fator foi a incapacidade da China de avançar sob o capitalismo e sob o regime burguês totalmente degenerado de Chiang Kai Shek. O outro fator foi a existência de um poderoso Estado operário deformado estalinista na Rússia, do outro lado da fronteira chinesa.
Mao Tse-Tung e os estalinistas formaram na China um Estado à imagem da Rússia estalinista - a caricatura burocrática monstruosa de um Estado operário. Por essa razão, a revolução chinesa de 1949