212 - Carolina Herrera
As pessoas se preocupam em andar com roupas e sapatos de marca, ter o último modelo de celular e todas as outras tecnologias. O “ter” implica felicidade.
Quando “temos”, somos felizes. É a alegria ilusória do “status quo”, mas, quando os nossos produtos são ultrapassados por outros mais modernos , nós nos sentimos frustrados e infelizes. Qual é a verdadeira felicidade? Onde ela está?
A publicidade é o principal meio para o capitalismo atingir o seu objetivo. Ela é mais do que uma simples forma de divulgar um produto ou um serviço para torna-lo conhecido do público e, assim, ser vendido. Ela vende um estilo, um padrão de vida, de beleza e de comportamento, que traduz determinados valores e expectativas, ela vende um “status”.
No século 17, o filósofo judeu Baruch de Espinosa buscou respostas através de algumas indagações sobre a existência da verdadeira felicidade, a qual nos trouxesse liberdade e eternidade de alegrias. O problema, segundo o filósofo, estaria na instabilidade do desejo dos bens comuns, pois logo eles são substituídos por novos desejos e a busca se torna infindável, o que faz com que a felicidade se torne inatingível e a frustração sempre constante.
O fator consumismo, inserido rotineiramente em nossa sociedade, aponta para diversos mecanismos uma forte onda de ganchos significativos dos segmentos midiáticos, a qual diariamente bombardeia a sociedade com uma gama de produtos, ofertas e promoções em grandes destaques. Muitas vezes, inúmeras pessoas compram produtos dos quais não necessitam em sua vida ou meio social. As compras acontecem para sentirmos a sensação de felicidade enquanto adquirimos algo novo por status e para a manutenção do nosso “ter”.
Na publicidade, o fator consumo é utilizado como preceito e princípio básico para o seu valor de significado. Os indivíduos se comunicam e se sentem incluídos no coletivo. O ato de possuir ou desejar bens torna os indivíduos “distintos” ou iguais
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