20106 BorgesNeto MullerPires
10605 palavras
43 páginas
A semântica formal das línguas naturais: histórias e desafiosFormal Semantics: stories and challenges
José Borges Neto
Universidade FFederal ederal do PParaná araná - UFPR
Ana Müller
Universidade de São PPaulo aulo - USP
Roberta Pires de Oliveira
Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC
Resumo
Este artigo faz um resumo da história dos estudos semânticos no
Brasil e no mundo, sobretudo das transformações iniciadas na década de 1970 e da abertura para uma semântica formal autônoma, que, hoje em dia, comporta diferentes visões sobre a relação sintaxe e semântica, da centralidade da sintaxe ao isomorfismo sintaxe semântica. Mostramos como as ideias do lógico
Richard Montague impulsionaram, através de Barbara Partee e
Emmon Bach entre outros, tais estudos, estimulando o surgimento de novas vertentes, e como essas novas tendências foram inseridas no Brasil pela Unicamp com a ajuda de pesquisadores como
Marcelo Dascal, Rodolfo Ilari e Carlos Franchi. O artigo inicia com uma breve descrição do que é a semântica formal, diferenciando-a de outras semânticas e, principalmente, da semântica lógica, praticada pelos filósofos, cujo objetivo é descrever raciocínios válidos. A semântica formal é uma ciência empírica que busca explicar o conhecimento semântico que um falante tem
– sua capacidade de relacionar linguagem a algo que não é linguagem (mundos, modelos, conceitos), a composicionalidade
BORGES NETO; MÜLLER; PIRES DE OLIVEIRA
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e relações sistemáticas entre sentenças – através de uma metalinguagem lógico-matemática. Esse empreendimento tem sido bem sucedido, se expandindo para além da semântica em direção a uma maior interação com a pragmática formal. As tendências atuais são de interação com outras disciplinas – a psicolinguística, por exemplo – e a preocupação com línguas pouco descritas, como as línguas indígenas brasileiras. No Brasil, a semântica formal ganhou impulso com a criação dos workshops e tem conseguido um espaço cada vez mais significativo na