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O dia que eu me apaixonei eu parei de me incomodar com os detalhes que saíam do meu controle e passei a amar todos os impulsos e imperfeições. Foi o que dia que eu soube que tinha tirado a sorte grande e comecei a olhar mais ao meu redor, porque percebi que nem tudo é tão complicado quanto parece e que tudo bem não calcular cada passo que vou dar, já que posso acabar indo para um caminho que nunca imaginaria antes e, ainda sim, gostar.
Foi o momento que decidi ir pelo lado da paz e ignorar cada chance de que pode dar errado e me concentrar somente no quanto pode dar certo, já que eu daria o melhor de mim para que realmente desse. Foi quando eu descobri que não precisava que me trouxessem mais nada, pois tudo o que eu precisava era da pessoa que estava do outro lado da linha e foi até mesmo quando passei a gostar do silêncio, pois até a respiração em sincronia com a minha já era capaz de me acalmar.
Quando eu me apaixonei, comecei a criar metáforas e abusar de todas as hipérboles. Tentei fugir de todos os clichês, mas foi como andar em círculos e parar no mesmo lugar. Eu sabia que precisava de alguém. Porém, não sabia como eu queria, com que forma ou com que jeito, mas foi eu me apaixonar para eu saber que estava precisando de alguém que valia a pena precisar.
É um desejo constante de abraçar forte e não mais soltar. Dá vontade de atravessar a cidade, bater na porta só para dizer "oi" e o que vem depois disso não importa, pois só a sensação de receber outro "oi" de volta faz valer todo o caminho