20 E poucos anos
As mudanças tecnológicas que ocorreram na atualidade transformaram substancialmente a relação do homem com o mundo natural. O ritmo dessas mudanças tem sido tão vertiginoso que pôs em questionamento até a possibilidade de sobrevivência do homem, enquanto espécie. A psicologia também passou a considerar a interação entre passado e futuro na determinação da personalidade e da cognição. Recentemente tem aumentado o número de estudos que analisam a relação entre o tempo, a idade e o ciclo de vida. Os estudos que investigam o desenvolvimento do adulto são os que têm recebido maior atenção. Embora tenha havido algumas pesquisas na década de 40 e de 50, foi a partir da década de 70 que esses estudos ganharam notoriedade. À medida que a análise sobre o ciclo de vida passou a interessar a maior número de pesquisadores, estes passaram a empregar amostras retiradas de populações de diferentes faixas etárias, classes sociais, profissões e culturas. Os estudos com adultos mostraram que, durante o ciclo de vida, as mudanças psicológicas são contínuas. Consequentemente, a realidade psicológica do adulto não pode ser analisada simplesmente projetando os problemas e as características que o indivíduo apresentou na infância. A teoria adotada, na maior parte dos estudos sobre o desenvolvimento adulto, foi a de Erikson. Ele enfatiza que o desenvolvimento humano se processa por estágios, três dos quais são na idade adulta. Cada estágio é caracterizado por um padrão de mudança do ego, que é resultante da interação entre valores individuais e as forças sociais. Essa dicotomia entre o individual e o social provoca uma crise, pois o ego deve manter sua identidade ao mesmo tempo que deve responder de maneira satisfatória às exigências sociais. Finalmente em um terceiro momento, já tendo vivenciado as experiências mais importantes para aquela faixa etária, ele passa a refletir sobre as normas sociais e se apropria de um conjunto de valores que servirão de