2. Pesquisa qualitativa em Educação
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A pesquisa educacional no século XX foi marcada por uma mudança do paradigma quantitativo na direção de abordagens qualitativas. As alterações de rumo que sucederam são historicamente identificadas e relacionam-se com as transformações sociais mais amplas que se desenvolveram fora do campo educacional. As formulações teóricas e as explicações científicas sobre o contexto escolar e sua articulação com a sociedade fizeram emergir questionamentos aos próprios pressupostos e métodos utilizados até antão, redefinindo temas a partir das indagações que ora se colocavam: novas problemáticas, novos objetos e focos de análise, possibilitando a emergência e consolidação da atual abordagem qualitativa em educação (VILELA, 2003). A ampliação dos debates sobre a abordagem qualitativa na pesquisa educacional pode ser evidenciada também a partir dos anos de 1960 e de 1970, influenciada principalmente pela divulgação das idéias de autores como Bourdieu, Passeron, Baudelot e Establet, que refletem de forma crítica o papel da escola, fazendo emergir outros olhares sobre as questões educacionais .
O investimento em novos suportes metodológicos almejava obter subsídios para o desenvolvimento de pesquisas de orientação mais interpretativa, que incorporasse os sujeitos como atores sociais e levasse em conta que suas práticas são socialmente construídas. Duas tendências surgem como resultantes da sensibilidade da pesquisa social para as questões educacionais: os estudos antropológicos e os estudos etnográficos. Entre as diversas formas de investigação da pesquisa qualitativa no contexto escolar a abordagem etnográfica tem sido a mais comumente aplicada, por tratar a escola como um espaço que reflete a dinâmica social e o contexto cultural, econômico e político em que se insere. Para o desenvolvimento de estudos etnográficos em pesquisas educacionais houve a necessidade de adaptação de métodos originados da antropologia, que não puderam ser