2 coelhos
2 Coelhos
O cinema nacional vem se desenvolvendo cada vez mais. Há um equilíbrio entre as produções feitas para vender milhares de ingressos e também aquelas em que a mira é um público mais alternativo. Porém, ainda falta diversidade de gêneros. Há muitas comédias e dramas. Filmes de terror, suspense, ficção científica e ação quase inexistem. Muitos produtores apontam duas deficiências: a falta de público fiel a esses gêneros e especialmente as dificuldades de desenvolver um primoroso trabalho técnico em produções que contam com um orçamento tão pequeno.
“2 Coelhos” esteve longe, muito longe de repetir o fenômeno de um “Tropa de Elite 2 – O Inimigo Agora é Outro”, mas prova que é possível sim realizar um cinema recheado de frenesi. Todos os méritos deste feito são exclusivos do cineasta Afonso Poyart, que em sua estreia em longa-metragem facilmente supera uma grande parte de bluckbusters americanos que invadem constantemente o nosso circuito – aliás, os direitos de “2 Coelhos” já foram adquiridos por produtores americanos que desejam refilmá-lo.
Na trama fragmentada, o protagonista Edgar (Fernando Alves Pinto) executa um plano mirabolante que tem como intenção atingir dois coelhos com uma única cajadada. O primeiro coelho é representado pela figura de Jader (Roberto Marchese), um político corrupto. O segundo coelho, Maicom (Marat Descartes, de “Trabalhar Cansa”), é um criminoso. Um casal de promotores (Neco Vila Lobos e Alessandra Negrini), um professor (Caco Ciocler) deprimido com a morte da esposa e do filho em um acidente, dois bandidos pé de chinelo (Robson Nunes e Thogun) e uma maleta com milhares de dólares – um típico McGuffin – são os personagens que se moverão de forma imprevisível dentro do plano de Edgar.
Ao conduzir esse plano, Afonso Poyart adiciona diversos elementos pop. Há sequências que brincam com a estética e montagem, bandas como “Radiohead” e “30 Seconds To Mars” na trilha-sonora e