1º sonho de Dora

O 1º sonho foi relatado no meio do tratamento e Dora disse tê-lo tido dias após o ocorrido em L, o lugar no lago onde o Sr. K faz a proposta amorosa a ela. Dora relata o sonho da seguinte forma: “uma casa estava em chamas, papai estava ao lado da minha cama e me acordou. Vesti-me rapidamente. Mamãe ainda queria salvar sua caixa de jóias, mais papai disse:” não quero que eu e meus dois filhos nos queimemos por causa da sua caixa de jóias’’. “Descemos a escada às pressas e, logo que me vi do lado de fora acordei.” Freud interpreta o sonho sobre diversos pontos.
Freud questiona a paciente se já havia imaginado um risco de incêndio, o que foi confirmado por ela. Ele então pergunta se ela sabia por que crianças não podiam brincar com fósforo e ela responde que é pelo risco de incêndio. Freud vê uma relação entre o fato das crianças molharem a cama, a antítese entre água e fogo. Para Freud, esse tipo de enurese não tem outra causa mais provável que a masturbação. Apesar de estarem no caminho para a confissão sofre a masturbação na infância, Dora negou lembrar-se de qualquer coisa assim. Freud então questiona a paciente sobre a caixinha de jóias e ela confessa que havia sido um presente do Sr. K. Freud diz que a caixinha de joias é uma expressão muito apreciada para a mesma coisa que Dora aludiu, com a bolsinha que estava usando, ou seja, os genitais femininos. Mesmo negando a masturbação, após uns dias Dora trouxe uma bolsinha porta moedas, e enquanto falava pôs-se a brincar com ela: abria, introduzia um dedo e fechava por algum tempo. A bolsinha de dupla abertura de Dora não passava de uma representação dos órgãos genitais, e de sua maneira de brincar era a representação do que gostaria de fazer: masturbar-se.

Durante a sessão que revelou o sonho, Dora esqueceu-se de contar que todas as vezes que ela acordava sentia cheiro de fumaça. A fumaça combinava bem com o fogo, mas alem disso o sonho tinha uma relação especial com o Freud. Por fim considerando os indícios