1º Guerra mundial- Cartas de Soldados nas trincheiras
A guerra é horrível, as trincheiras estão lamacentas e cheias de ratos. A comida é muito pouca e a que há é muito desidratada e mal chega para todos.
Têm morrido muitos amigos meus por causa da incompetência dos capitães, que nos mandam depois dos bombardeamentos, ao território inimigo, (a fumar cachimbo e com as armas ao ombro), quando depois os alemães saem dos seus abrigos debaixo de terra e atiram para o meio da infantaria como se fossem uma bandada de ratos.
A vida tem sido muito difícil pois as doenças vão aparecendo constantemente, os piolhos e as pulgas são insuportáveis quando nós queremos combater o inimigo e não podemos, pois a maldição dos piolhos e das pulgas não nos deixam fazer nada com a comichão. Os gases tóxicos vão-nos matando constantemente. Gases que corroem os órgãos vitais.
Isto aqui é muito diferente do nosso mundo, da nossa cidade, da nossa aldeia. Isto aqui parece um matadouro pois pelo chão adiante é só corpos de soldados mortos.
Nós viemos para aqui enganados, pois pensamos que isto só ia durar alguns meses, mas estávamos muito errados pois os Alemães vão atacando de surpresa. É muito duro sobreviver nesta agonia pois não sabemos se isto algum dia vai ter fim.
É tempo de Natal, é tempo de paz, mas nós aqui nem se quer se dorme direito o pouco tempo que temos para descansar.
Meus queridos pais, já tenho saudades vossas e dos vossos carinhos e até das comidas da mãe. Esperem com paciência a minha chegada, pois eu vou fazer o mesmo.
Leopold Mitterran.
ALUNA LÍGIA