1984 (Nineteen Eighty-Four) - George Orwell
1984 é o que as pessoas chamam de distopia, um pensamento filosófico que caracteriza uma sociedade imaginária controlada pelo Estado ou por outros meios extremos de opressão, criando condições de vida insuportáveis aos indivíduos. Alguns traços característicos da sociedade distópica são: poder político totalitário, mantido por uma minoria; privação extrema e desespero de um povo que tende a se tornar corruptível. A obra nos mostra uma terrível realidade, na qual a privacidade e os direitos básicos do ser humano não existem mais e o Estado Nação é a única coisa que importa.
"Era um dia frio e luminoso de abril, e os relógios davam 13 horas." Assim começa o romance, narrado em terceira pessoa, cujo protagonista é Winston Smith. Funcionário do Departamento de Documentação do Ministério da Verdade, um dos quatro ministérios que governam a Oceânia, disfarçada de democracia, onde se vive um totalitarismo desde que o IngSoc (Partido) chegou ao poder sob a regência do onipresente Grande Irmão (Big Brother). A vida de repressão e medo nem sempre fora assim na Oceania. Antes da Terceira Guerra e do Partido chegar ao poder, ele desfrutava uma vida normal com os seus pais. Ele tinha esperança na prole. Recorda-se dos "Dois minutos de ódio", parte do dia em que todos os membros do partido se reúnem para ver propaganda enaltecendo as conquistas do Grande Irmão e, principalmente, direcionar o ódio contido contra os inimigos. Separou-se de sua esposa devido à sua devoção ao Partido. Relações amorosas estavam entre as muitas proibições. Ela seguia a determinação de que o sexo deveria ser apenas para procriação de novos cidadãos. O sexo como prazer era crime.
A função de Wilson é falsificar registros históricos, a fim de moldar o passado à luz dos interesses do presente tirânico. A opressão era física e mental. A Polícia das Ideias atuava como uma ferrenha patrulha do pensamento. Nesse cenário de submissão onde não há mais leis, mas