1984 de George Orwell
Entender o processo de produção de riquezas é simples. Existe a mãe natureza donde tudo vem. Através do que se chama ciência estuda-se o seu funcionamento. Após, usa-se a engenhosidade para transformar a natureza em riqueza. Isso é tecnologia. Antecedendo a produção de riquezas, existem as pesquisas científicas e projetos tecnológicos.
Quem faz grandes projetos industriais são grandes empresas, via de regra mundiais, cujos projetos e segredos tecnológicos não estão no Brasil. A produção pode estar. Aos brasileiros restam pequenas empresas sem dinheiro para investimentos em ciência e tecnologia, mormente as de ponta.
Em meio a esse quadro existem as agências oficiais de financiamento de pesquisas, cujos recursos, anuncia-se, jorrarão em maior abundância. Os editais de financiamento por vezes definem linhas de pesquisas, o que é bom, mas não falam em desenvolvimento de produtos, o que seria ótimo.
Por exemplo, se estudos concluírem que na área de saúde seria bom para o Brasil dominar o projeto de antibióticos, então as agências de fomento deveriam explicitar esta meta, claro, sem esquecer as demais áreas. Se no ramo de energia for conveniente projetar geradores de eletricidade, então deveríamos estimular esta tecnologia, quer seja hidráulica, eólica, solar ou de célula de hidrogênio.
Projetos de produtos funcionam, no bom sentido, como uma espécie de cenoura à frente do coelho: são puxadores do desenvolvimento e também de miríades de pesquisas, incluindo a básica. Não importa que o mundo industrializado já saiba projetar televisores com telas de LEDs orgânicos. Se soubéssemos fazer isso, teríamos um impulso fenomenal em quase toda eletrônica, incluindo aparelhos médicos e controles industriais. Na área mecânica, financiar projetos de centrais automáticas de usinagem daria origem a milhares de empregos mais qualificados e a produção de bilhões de bens de consumo.
Não basta (re)produzirmos riquezas, como vimos fazendo