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Religião ou Prática? Coven ou Bruxaria Solitária?
"Um dia puxa o outro e eu me deleito em meu ser agora, pois parece-me que a solidão recompõe a minha mente, quando o fechar dos olhos dispersa a visão". - Sir Francis Bacon (1561 - 1626)

As idéias de Margaret Murray não passavam de teorias até meados da década de 50. Em 1954, o livro Witchcraft Today, de Gerald Brousseau Gardner foi publicado. Tratava-se do primeiro livro de Bruxaria escrito, de fato, por um praticante. Até então, desde a invenção da imprensa, em meados do século XV, tudo o que já fora escrito sobre o assunto partira de Caçadores de Bruxas ou daqueles cuja única fonte de referência era registros preconceituosos desse tipo. A publicação do livro de Gardner veio para mudar tudo isso e só foi possível graças à revogação da última das leis inglesas contra a Bruxaria, em 1951. A partir de então, todos os Bruxos que ainda existiam puderam finalmente revelar as suas práticas, sem medo de serem perseguidos. Aqueles poucos que sobreviveram tinham, no entanto, aprendido uma lição; todos preferiam continuar incógnitos, longe dos olhares curiosos. Todos, com exceção de um, Gerald Gardner.

Gardner sempre fora fascinado pela Magia Religiosa e passara algum tempo estudando o assunto. Ele vivera a maior parte da vida no Oriente e tinha conhecido os dayaks, os caçadores de cabeças de Bornéu, e os costumes e crenças de muitas tribos nativas da região. Quando se aposentou e voltou para a Inglaterra, na década de 30, para a sua grande surpresa e satisfação, Gardner encontrou um Coven remanescente de Bruxos, na região de New Forest. Esse Coven só se revelou a Gardner em virtude dos seus antecedentes e do conhecimento que ele acumulara em Magia Religiosa, além do fato de ter tido uma ancestral que morrera na fogueira em 1640, na Escócia, sob a acusação de Bruxaria. Ele foi convidado a se juntar ao grupo e, posteriormente, iniciado. Gardner ficou encantado com a possibilidade de pertencer ao grupo, uma vez que,

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