18 Racismo No Futebol
Considerado um momento de união e de igualdade entre as pessoas, o futebol também traz casos de preconceito racial em sua história
FREDERICO HUBER, RICARDO ALENCAR, THALES COUTINHO
tendência a se pensar que há distinção e superioridade entre as raças humanas escreveu muitas páginas tristes na história.
Os genocídios na Idade Média, a escravização dos negros no período das grandes navegações, e o holocausto arquitetado por Adolf Hitler na
Segunda Guerra Mundial são alguns dos episódios que, em sua época, foram justificados pelo ideal da existência de uma “raça pura”.
Nem mesmo a elaboração da Declaração
Universal dos Direitos do Homem, em 1948, e o combate a movimentos racistas impediram ações preconceituosas. A prática racista se estende, até mesmo, ao âmbito do futebol e traz exemplos que presenciamos ainda hoje.
Negro de cara branca: a origem do “pó de arroz”
Em seus primeiros passos, o futebol carioca se caracterizou pelo amadorismo, com equipes formadas por pessoas da elite. Não havia espaço para mulatos, negros ou atletas pobres.
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E
VINÍCIUS FAUSTINI
O primeiro jogador a quebrar esta barreira foi
Carlos Alberto. Em 1914, o jogador entrou em campo pelo Fluminense Futebol Clube usando póde-arroz no rosto. Ele tinha medo da aristocracia da torcida tricolor rejeitá-lo pela cor da pele. Durante a partida, o suor começou a tirar a maquiagem de
Carlos Alberto e, por causa dele, as demais torcidas de times cariocas começaram a definir a torcida do
Fluminense como “pó-de-arroz”.
No início de sua história no futebol, o Clube de
Regatas Vasco da Gama se destacou por aceitar n e g ros e mulatos em seu elenco. Os jogadores, que eram operários e moravam nos bairros dos subúrbios do Rio, também recebiam o “bicho” (dinheiro por terem atuado numa partida), prática não utilizada nas outras equipes cariocas. Em 1923, o
Vasco foi campeão carioca, disputando pela primeira vez a 1ª Divisão do Campeonato
Carioca.
De acordo com o jornalista Abraham B.