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A leitura e a construção do sentido: questão fundamental para o ensino nas séries iniciais

Cecília Penha Dall’Orto Cruz*

Ler, é uma atividade muito comum na vida profissional e não profissional. É a leitura o que fica da escola para a vida, muito mais que a escrita. A leitura é, nas palavras de Cagliari, “o maior tesouro legado pela escola”. Estranhamente, as atividades propostas pela escola estão centradas na escrita e a leitura fica para um segundo plano. É possível identificar nesse processo, um conjunto de “critérios de relevância”, que por assim dizer balizam tanto a produção dos textos escritos quanto sua recepção. Por outro lado, como ressalta KLEIMAN (2002: 94), os estudos sobre a história de leitura das crianças ainda, estão centrados quase que puramente numa análise quantitativa. Em sua maior parte ele é constituído de dados sobre o número de exposições da criança à leitura de estórias, a quantidade de material a ela disponível, freqüência de participação em eventos de letramento, escolaridade, profissão e hábitos de leitura dos pais. Diante da multiplicidade e variedades de textos que nos são apresentados, não podemos lê-los de uma mesma maneira, é claro que, em um sentido básico, só existe uma maneira de ler um texto: decodificar os sinais que o constituem. O conhecimento lingüístico abrange o conhecimento da pronúncia, vocabulário e regras da língua, chegando até sobre o uso da língua.
No entanto, o não conhecimento lingüístico do texto compromete a compreensão, e o interesse nas atividades de leitura propostas pelo professor. Assim, a prioridade ainda no ensino da leitura está em descobrir uma combinação de signos em frases e sentenças da língua, ou seja o seu significado literal. Os aspectos de desvios de uso ou de efeitos especiais de significado na leitura são deixados de lado. A pesquisadora Roxane Rojo, professora da Pontifícia Universidade Católica (PUC/SP) identificou que, faz-se cinco vezes mais atividades de

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