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Texto 1 – Textualidade
Chama-se textualidade ao conjunto de características que fazem com que um texto seja um texto, e não apenas uma seqüência de frases. Beaugrande e
Dresler (1983) apontam sete fatores responsáveis pela textualidade de um discurso qualquer e VAL (1991) os especifica: a coerência e a coesão, que se relacionam com o material conceitual e lingüístico do texto, e a intencionalidade, a aceitabilidade, a situacionalidade, a informatividade e a intertextualidade, que têm a ver com os fatores pragmáticos envolvidos no processo sociocomunicativo.
Um texto coerente é um conjunto harmônico, em que todas as partes se encaixam de maneira a complementar de modo que não haja nada ilógico, contraditório ou desconexo:
“A coerência tem a ver com a ‘boa formação’ do texto, mas num sentido que não tem nada a ver com qualquer idéia assemelhada à noção de gramaticalidade usada no nível da frase, sendo mais ligada, talvez, a uma boa formação em termos da interlocução comunicativa”. (KOCH & TRAVAGLIA,
1999).
Já a ligação, a relação, a conexão entre as palavras, expressões ou frases do texto chama-se coesão textual. Ela é manifestada por elementos formais, que assinalam o vínculo entre os componentes do texto.
Os conceitos de intencionalidade e aceitabilidade estão relacionados à atitude do receptor frente aos textos, que busca apresentar um texto coerente e coesivo para o leitor e que tenha relevância ou utilidade para ele.
A situacionalidade, outro fator responsável pela coerência, pode ser vista atuando em duas direções: a primeira, da situação para o texto; neste caso, trata-se de determinar em que medida a situação comunicativa interfere na produção/recepção do texto e, portanto, no estabelecimento da coerência; e a segunda, do texto para a situação; aqui também o texto tem reflexos importantes sobre a situação comunicativa: o mundo textual não é jamais idêntico ao mundo real. Ao construir um texto, o produtor recria o mundo de
acordo