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Consideraremos as personalidades aprovadas de cada sexo, entre três grupos primitivos africanos. No primeiro grupo estudado, os Arapesh, vimos que — homens e mulheres — exibiam uma personalidade que, fora de nossas preocupações historicamente limitadas, chamaríamos maternal em seus aspectos parentais e feminina em seus aspectos sexuais. Encontramos homens, assim como mulheres, treinados a serem cooperativos, não-agressivos, suscetíveis às necessidades e exigências alheias. Não achamos idéia de que o sexo fosse uma poderosa força motriz quer para os homens quer para as mulheres.
Em acentuado contraste com tais atitudes, verificamos, em meio ao segundo grupo, os Mundugumor, que homens e mulheres se desenvolviam como indivíduos implacáveis, agressivos e positivamente sexuados, com um mínimo de aspectos carinhosos e maternais em sua personalidade. Homens e mulheres aproximavam-se bastante de um tipo de personalidade que, em nossa cultura, só iríamos encontrar num homem indisciplinado e extremamente violento. Nem os Arapesh nem os Mundugumor tiram proveito de um contraste entre os sexos; o ideal Arapesh é o homem dócil e suscetível, casado com uma mulher dócil e suscetível; o ideal Mundugumor é o homem violento e agressivo, casado com uma mulher também violenta e agressiva.
Na terceira tribo, os Tchambuli, deparamos com verdadeira inversão das atitudes sexuais de nossa própria cultura, sendo a mulher o parceiro dirigente, dominador e impessoal, e o homem a pessoa menos responsável e emocionalmente dependente. Estas três situações sugerem, portanto, uma conclusão muito definida. Se aquelas atitudes temperamentais que tradicionalmente reputamos femininas — tais como passividade, suscetibilidade e disposição de acalentar crianças — podem tão facilmente ser erigida como padrão masculino numa tribo, e na outra ser prescrita para a maioria das mulheres, assim como para a maioria dos homens, não nos