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ano 43-1, 2009, 189-204
A escola e a alfabetização no Brasil, um olhar histórico
Ricardo Hecker Luz1
Esse artigo discute a escola e alfabetização no Brasil. Mostra o desafio de inserir crianças no mundo da leitura e os resultados de pesquisas que apontam uma grave ineficiência do sistema de ensino do País. Para mudar essa realidade, é necessária uma postura completamente diferente de professores, pais, da escola e das autoridades públicas: educar para libertar. A escola precisa assumir um novo papel, o qual historicamente não tem sido cumprido, de reflexão e transformação social.
Introdução
O grande problema a ser enfrentado pela escola é o insucesso no acesso à linguagem escrita. Os baixos resultados atingidos na alfabetização escolar vêm causando muita incerteza em professores, pais, alunos e autoridades públicas. O que causa esse desarranjo da escola envolve muitas variáveis e causas. Uma delas é a falta de conhecimentos psicolinguísticos e linguísticos dos professores envolvidos na alfabetização. A cada ano, 728.938 (2004 – com números referentes a 2003)2 crianças entram no primeiro ano do ensino fundamental no Brasil. Em 10 anos, são 7,3 milhões de crianças que passam por essa experiência inigualável de frequentar uma escola para se alfabetizar. O universo investigado diz respeito ao professor, peça-chave nesse processo, e à influência da variável conhecimento no sucesso desse empreendimento.
Em 2003, havia 51.035 professores alfabetizadores no Brasil. Quantos desses têm o conhecimento adequado para trabalhar com a alfabetização? Quantos têm sucesso na metodologia aplicada? Quantos se disporiam a mudar sua prática pedagógica
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Curso de Pós-Graduação em Linguística da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), CCE, CPGL sl. 201, 88040-570, Trindade, Florianópolis-SC-Brasil. E-mail: ricluz17@yahoo.com.br
Sinopse Estatística da Educação Básica (INEP – Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais
Anísio Teixeira,