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Germinações e Metropolização em Goiânia / PDIG/1968, Jorge Wilheim
Resumo
O texto faz inicialmente uma reflexão sobre o urbanismo na ótica de Jane Jacobs, objetivando traçar o panorama de idéias que, nos anos de 1960, contextualizavam a proposta do Plano Diretor
Integrado de Goiânia (PDIG), tanto como crítica urbanística quanto como estruturação da metropolização que então se anunciava.
Jane Jacobs no contexto crítico do Urbanismo
No final dos anos de 1960, o fenômeno da metropolização tornava praticamente irremediável alguns aspectos da vida citadina. Jacobs (1961) diz que as regiões metropolitanas estavam pontilhadas de lugares amorfos, desintegrados, “zonas de fronteira” cujos “benefícios dúbios” tornavam difíceis e complexa a tarefa do urbanismo. Para Jacobs, o urbanismo moderno deveria ser criticado por seu aferrado racionalismo cartesiano cujos métodos teriam se tornado escapista e insuficiente para resolver os problemas metropolitanos.
Diante disto, Jacobs propôs o que chamou de “planejamento para a vitalidade”. Conforme este modo de planejamento, ao invés de fundirem-se territórios e problemas a ele vinculados, para que, por escapismo, fossem enfrentados mais “amplamente”, os planejadores deveriam conhecer os lugares intrinsecamente, nas suas específicidades. Então, para a autora de Morte e vida de grandes cidades, o urbanismo moderno foi se tornando um grande equívoco na medida em que persistiu em conceber a metrópole como “complexidade desorganizada”, planejável pelo método da simplicidade elementar.
Denunciando persistentemente o legado modernista no Planejamento Urbano, Jacobs propõe então pensar a metrópole como uma “complexidade organizada”. Sob essa ótica, os organismos urbanos estão repletos de inter-relações inteligíveis, compõe-se de movimentos ordenados e de mudanças sincronizadas, comparáveis ao movimento de um balé: grupos e indivíduos em seus distintos papéis forjando e moldando