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Durante os últimos 20 anos, o Brasil passou por um período conhecido como revolução passiva. Em uma reforma de cunho conservador a fim de evitar uma transformação efetiva da sociedade, o Estado toma uma nova orientação radical caracterizada como “Neoliberal” para intervir mais uma vez em favor dos industriais, banqueiros, empresários e em sentido contrário aos interesses das classes subalternas. O objetivo dessa reforma é a própria restauração do capital, que passa a dominar instituições que antes eram Estatais ou não lucrativas como hospitais públicos, e acaba por desmantelar as várias conquistas econômicas, políticas e sociais de uma classe.
O Estado neoliberal gera empregos de baixa renda frutos das diversas privatizações e adota medidas assistencialistas, como bolsa família, para manter as grandes massas subalternas desorganizadas e sob o seu controle, gerando um falso senso comum de governo progressista. A exclusão das massas nas decisões, a mercantilização do Estado e as medidas pró capital e pró industrial são características específicas de um Estado burguês, que se apropria do poder, mantendo a fachada de instituições livres, como instrumento de dominação sobre as outras classes subalternas. Características essas, que se enquadram muito bem na conjuntura atual brasileira, que passa por um momento culminante em sua trajetória política. Após o aumento da passagem do transporte público em algumas das principais capitais do país em virtude da alta inflação, milhões de jovens e trabalhadores saíram as ruas, não apenas pelos centavos do transporte, mas também por melhores condições dos serviços públicos em geral, pelos gastos bilionários para a Copa do Mundo, demonstrando a insatisfação com um Estado que governa para as classes dominantes. A postura conservadora do governo diante das manifestações não foi uma surpresa, o direito de manifestar foi