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Para etnólogos brasileiros, os povos indígenas do Nordeste não foram objeto de atração especial para estudos de pesquisas. Apesar da grande expansão do sistema de pós-graduação nos últimos anos no Brasil, contava-se com poucas teses monográficas e ainda assim sendo elas isentas de interpretação mais abrangente sobre o assunto.
Na década de 1959, a relação de povos indígenas no Nordeste, incluía dez diretrizes, quarenta anos depois em 1994 esta lista mantava, vinte e três etnias. Os surgimentos de novas etnias nas ultimas décadas criou um paradoxo com relação a conceituação dos povos indígenas nas Américas como “pueblos únicos” (Bonfil,1995:10), ou da descrição dos direitos indígenas como “originários” (Carneiro da Cunha, 1987).
Eduardo Galvão em eu trabalho de classificação das áreas culturais indígenas existentes no país, manifesta dúvida quanto a “Intitulada Nordeste”, o autor destaca os efeitos da aculturação e o seu diagnóstico sobre as dez etnias dessa área cultural.
Os poucos estudos etnológicos sobre os povos indígenas do Nordeste são focalizados em pequenos artigos, quase verbetes, sendo eles minimamente citados e poucos aprofundados nas configurações socioculturais desses indígenas. Nesses textos são extraídas fontes históricas, ou seja, tais povos e sua cultura passam a ser descritos apenas pelo que foram, ou pelo que supõe-se que eles foram, há séculos atrás. Esse pouco material resultava na descrença em algum tipo de contribuição à etnologia como estudo comparativo das culturas.
A relevância do autor Lévi-Strauss com sua metáfora nos ensina que: “o antropólogo é o astrônomo das ciências sociais: ele está encarregado de descobrir um sentido para as configurações muito diferentes, por sua ordem de grandeza e seu afastamento, das que estão imediatamente próximas do observador” (1967:422, ênfase no original). Para Lévi-Strauss defende que os estudos americanistas não pode se basear apenas por citações ou referências explicadas em artigos