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A Vinda da Família Real Portuguesa para o Brasil

Em 1807, o então príncipe regente de Portugal, D. João, foi forçado a fugir do país, pois Napoleão, que na época praticamente dominava toda Europa, ameaçava invadir Portugal.

D. João era apenas o Príncipe Regente, pois sua mãe a Rainha D. Maria, foi considerada incapaz de governar por ter problemas mentais, e seu irmão mais velho, que seria o próximo Rei pela linha sucessória, havia morrido de varíola aos 27 anos. D. João era casado com Carlota Joaquina, com quem tinha nove filhos. Os dois viviam em palácios separados e não tinham nenhum contato, até porque nem faziam questão de se falar. D. João era tímido, supersticioso, feio e indeciso. Não tomava uma decisão sozinho, vivia rodeado do parlamento.

A França de Napoleão havia lhe mandado um ultimato, dizendo que se Portugal não se entregasse, não aderisse ao Bloqueio Continental, declarasse guerra à Inglaterra, e fechar os portos aos navios britânicos, Napoleão invadiria Portugal e tomaria o trono de D. João.

Apavorados, D. João e o parlamento enviaram uma carta para Napoleão, consentindo com algumas coisas impostas para poder ganhar tempo e negociar com a Inglaterra uma solução.

D. João foi colocado contra a parede e forçado a tomar a decisão mais difícil de sua vida. Negociou com a Inglaterra de que fugiria para o Brasil, sob a proteção da marinha britânica.
A fuga estava marcada para o dia 27 de novembro de 1807, mas foi adiada para o dia 29, pois estava chovendo. Por três dias a população observava a movimentação no cais, e lhes era dado a desculpa de que uma frota estava sendo reparada. No dia da partida, o povo de Portugal estava aglomerado no cais, desolados com a fuga da Família Real. Toda a riqueza do país foi levada, nada foi deixado para trás, e além da Família Real, toda a burguesia estava fugindo.

Os navios chegaram a Salvador, no dia 17 de janeiro de 1808, mas o navio que trazia D. João chegou uma semana depois no dia 22 e em