121212
Em suas obras, o escritor francês Marcel Proust (18711922) evidencia a importância de vivermos em plenitude, reforçando que o sentido da vida está em viver com intensidade, sempre prestando atenção aos detalhes. Em meio a sua concepção do que é desfrutar de uma vida prazerosa, Proust também enfatizou a importância de vivermos nossas paixões, pois são elas que nos trazem a gratificação de viver. Mas, por paixões, o escritor apresenta uma sábia definição: elas não podem, por exemplo, estar sustentadas no sentimento amoroso que nutrimos por uma pessoa em particular, pois nossa felicidade não é construída no outro. Nossas paixões precisam estar ligadas a atividades que gostamos de fazer, ações que nos fazem bem e proporcionam um significado real à humanidade. Proust dizia que devíamos nos agarrar às nossas paixões mais profundas, assim como ele fez, dedicando-se à escrita. Existem pessoas que têm como paixão a música, outras a pintura, outras a educação, outras a comunicação ou ainda o voluntariado e muitas outras atividades benéficas e altamente produtivas. Se essas pessoas sentirem o especial peso e valor dessas paixões em suas vidas, viverão melhores. Mas nem por isso, estarão isentas do sofrimento, que para Proust era um instrumento evolutivo. O escritor respeitava o sofrimento. Segundo ele, saber como tirar o melhor do sofrimento era aprender o verdadeiro significado do que é viver. Proust não abraçava o sofrer puro e simples, mas pensava: já que é inevitável, que aprendamos e cresçamos com ele. Agindo desse modo, teremos a oportunidade de usufruir da alegria do encontro de uma vida com significado. E o significado, como sabemos, é a razão e a base da felicidade. Quando compreendemos, estamos crescendo e evoluindo. Enquanto não compreendermos, teremos apenas sofrimento, sem encontrar na vida uma razão maior que nos proporcione a alegria interior. Até os 30 anos, Proust teve uma vida sem grande