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A Missão das Nações Unidas para Estabilização do Haiti: um olhar a partir dos relatos de um ex-soldado e de um repórter brasileiro*
Amanda Sanches Daltro de Carvalho1
1 Introdução
Esta resenha tem por objetivo fazer uma revisão bibliográfica de duas obras disponíveis na literatura brasileira sobre a Missão das Nações Unidas para Estabilização do Haiti-MINUSTAH. As obras “A República Negra” e “Um soldado no Haiti”, que darão subsídios ao artigo, são uma complementação e retificação de toda a discussão realizada no decorrer dos outros artigos inseridos neste livro.
A primeira obra sobre a MINUSTAH publicada no Brasil tem por título A república negra: histórias de um repórter sobre as tropas brasileiras no Haiti. O autor
Luis Kawaguti, repórter brasileiro, do Diário de São Paulo, acompanhou por alguns dias o trabalho dos soldados da MINUSTAH, em quatro visitas ao país caribenho.
Pouco tempo depois, estava à disposição nas livrarias o livro: Um soldado brasileiro no Haiti (RUPPENTHAL, 2007). Trata-se de Tailon Ruppenthal, um ex-soldado brasileiro que compôs o 1° contingente militar que desembarcou no Haiti a serviço da
Força de Paz da Organização das Nações Unidas, em 2004 e permaneceu durante 6 meses compondo a tropa de paz, no país. Destarte, o depoimento do soldado e o do repórter são construídos a partir de perspectivas contrárias, uma vez que o primeiro está intimamente ligado à missão e o segundo tem mais liberdade para explorar os fatos.
De qualquer maneira, as duas obras em questão apresentam fatos e depoimentos importantíssimos que corroboram com toda a discussão realizada nesta coletânea. Ambos convergem sobre a falha da Minustah na operacionalização do
* Recebido em 09.10.2009 Aprovado em 12.02.2010
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Doutoranda em Política Internacional e Resoluções de Conflitos, do Centro de Estudos Sociais-CES e do Departamento de Economia, da Universidade de Coimbra. E-mail:amanda.sanches2@gmail.com
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Univ. Rel. Int., Brasília, v. 8, n. 1, p.