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2º CAPITULOCAPOEIRA: MANIFESTAÇÃO CULTURAL
O som ritmado do berimbau, acompanhado pelos movimentos plásticos de dois passistas, faz pensar que é uma dança coreografada. Mas um golpe certeiro, seguido de uma recuperação quase felina do “bailarino” atingido, não deixa dúvidas, é uma arte marcial. Mais ainda, a música, as roupas e os próprios passos nos fazem ver que trata-se de uma manifestação cultural africana, negra, verdadeira manifestação de resistência e redenção de um povo. Chegando mais perto, vemos que na roda há pessoas de todas as raças e sexos, alguns certamente estrangeiros, pois essa arte já percorre o mundo, exportada como uma das coisas boas do Brasil, rompendo fronteiras sociais e culturais. Também por isso, ela é uma forma importante de integração social, afastando os jovens das ruas. A capoeira é tudo isso e mais esporte. Sobre o nome, de acordo com o texto de Sergio Luiz de Souza Vieira, ”Capoeira - origem e história”, uma das versões, embora longe de ser a única, segue a linha de que tudo o que é brasileiro é fruto de mistura. O próprio nome capoeira vem da língua tupi, significando algo como “mato ralo”, expressão adotada pelos portugueses. O termo foi associado aos negros, quando esses começaram a fugir dos engenhos e se instalaram nos quilombos. Entrando em contato com os índios, estes últimos chamavam estes negros de ”negros da capoeira” e daí associando a negros libertos fugidos ou alforriados.
A capoeira surgiu como forma de defesa entre os negros escravizados, que para evitar a repressão, disfarçavam sua luta como dança. As gingas e voadoras e outros golpes, eram acompanhados por cantos, palmas, tambores atabaques e pelo berimbau, que veio a se tornar um símbolo da capoeira. A própria música tinha como função, conforme seu andamento, alertar sobre a chegada de inimigos. Assim, se praticava embaixo dos olhos dos senhores de escravos que temiam a luta, mas não a reconheciam na dança. Para o praticante, ser pego, significava pesados