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Autor: João da Cruz e Sousa
Publicada no livro: Broquéis-1883.
(um olhar sobre a obra Antífona)
Autor: orlando rocha
(sub. conversando comigo)
Ao ler a obra Antífona de João da Cruz e Sousa, fiquei impressionado com o riquíssimo substrato alquímico que perpassa todos os versos desta belíssima obra, entre outros detalhes, pelo chaveamento hermético relacionado, parecia-me proposital. Alguns verbetes pouco casuais, deixados, (não ao acaso), nada indicava um sentido. Porem, aquela obra tinha algo a mais do que apenas a verve poética do autor, carregada de uma linguagem mítica, toda singular.
Seria apenas um cântico?
Qual seria a simbologia usada pelo autor?
Para mim a obra em referencia não suporta a ilogicidade e a sugestão vaga, e está muito próximo de um logicismo preciso.
Como sendo representante do simbolismo, seria obvio reconhecer o hermetismo literário presente. Lera alguns trabalhos de Cruz e Sousa anteriormente e confesso, sempre tive uma impressão forte da presença mítica em seu trabalho.
Primeiro, verifiquei algumas semelhanças sobre a primeira e a ultima estrofe, (sobre a qual decorrerei mais adiante). Semelhanças sobre as rimas, (notei alguma convergência entre as duas estrofes, [primeira e ultima]).
O que chamou a atenção, ficando claro para mim, não foi o hermetismo no poema em si, mais sim, um hermetismo velado, indicativo, como se a obra toda fosse um mapa a ser seguido, com fases e períodos a serem percorridos milimetricamente, levando-me a crer, se tratar de um texto fortemente relacionado com a alquimia da idade media.
Fiquei a pensar a obra, igual a um cubo mágico de números, (em voga na década dos anos setenta), e confesso, foi para mim um grande sofrimento este período de tempo. O que me levou a seguir adiante foi a certeza, de que existia uma chave para abrir este cofre hermético.
Porque tinha esta certeza?
Quando alguém se propõe a publicar uma obra hermética, este alguém deixa alguma chave para que