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A Maturação do pensamento de Marx Trabalho originalmente apresentado para a cadeira de Filosofia Geral – FFLCH-USP . por Miguel Duclós Este trabalho trata de um período histórico-filosófico grande. Abordo aqui desde algumas leituras marcantes para o Jovem Marx até o primeiro capítulo da obra prima deste, O Capital, livro que é fruto uma vida inteira de estudos e coroação de sua maturidade como pensador e teórico. Porém, nosso artigo não tem a pretensão de tratar todos os conceitos fundamentais que foram determinantes para a maturidade do pensamento marxiano, mas sim se limitar a três conceitos específicos incluídos em três obras de Marx. Na primeira, Os manuscritos Econômico - Filosóficos, de 1844, será destacado o conceito de alienação, bem como o estilo ainda Feuerbachiano do autor. Na segunda, A ideologia Alemã e nas Teses sobre Feuerbach, será destacado a ruptura de Marx com sua consciência filosófica anterior, e sua formulação, junto com Engels, da teoria que seria uma das designações do seu pensamento: o materialismo histórico. No centro de tal teoria está o conceito de Ideologia, que será relacionado com a explanação sobre o fetichismo da mercadoria no primeiro capítulo de O Capital.
Feuerbach havia demonstrado, em A Essência do Cristianismo, a tese escandalosa para a sociedade da época, que a essência da religião é a essência do ânimo humano, e que a teologia pode ser explicada pela antropologia. Explica o autor que as representações e segredos atribuídos a um Ser sobre-humano não eram mais do que representações humanas naturais, e que aquilo que no imaginário pairava no Céu, pode ser encontrado sem maiores dificuldades no solo da Terra. Dessa forma, o homem transporia para o Céu o ideal de justiça, bondade e virtude que não conseguia realizar na Terra. Colocaria num grau universal e absoluto atributos e qualidades de si mesmo. Todos os Deuses não seriam então, mais do que criações humanas. Feuerbach reconhece o sistema de Hegel como uma teologia